Universidade Federal de Santa Maria

Disciplina de Computadores e Sociedade

Professor Claudio Rocha Lobato

Aluna Renata de Moraes Trindade

 

Bug do Ano 2000

 

 

  1. Introdução
  2. O Bug do ano 2000 é um problema que começou com uma antiga prática de programação que utilizava dois dígitos para representar um determinado ano. Isto era feito porque os recursos de armazenamento dos computadores eram caros. No início da década de 60, um megabyte de memória em disco custava cerca de US$ 10 mil por ano, enquanto atualmente não passa de US$ 0,10. Isto gerou a necessidade de representar as informações da forma mais compacta possível, de modo a economizar espaço em memória.

    Deste modo adotou-se como norma a utilização de apenas dois dígitos para indicar o ano, o que fará com que os sistemas entendam o ano 2000, representado como 00, como sendo 1900. Este erro reveste-se de uma importância vital quando se considerar aplicações críticas que passam a fazer cálculos, comparações e seqüências envolvendo datas com 1900 ao invés de 2000. É difícil de imaginar o que pode ocorrer quando esses sistemas começarem a fazer seus cálculos com anos bissextos, cálculos de idade, datas de expiração e datas de vencimento com um erro que pode chegar a um século.

    Todos os equipamentos que usam "chips" - computadores, relógios digitais, máquinas fotográficas, fornos de microondas e até elevadores - podem deixar de funcionar e produzir erros no dia 1º de janeiro de 2000 se não forem devidamente reprogramados. O problema é sério e o tempo que resta para lidar com ele é curto. Apesar disso, as iniciativas no sentido de evitar suas conseqüências têm partido apenas de algumas empresas, geralmente de grande porte. Essas empresas podem resolver internamente a questão, porém não existem isoladamente, fazem parte de uma cadeia produtiva cujos fornecedores talvez não estejam tomando as providências necessárias.

    O Bug do Ano 2000 exigirá a formação de parcerias até mesmo entre concorrentes. Os bancos devem ser os mais atingidos, pois fazem todos os seus cálculos financeiros baseados em datas e os menores erros podem causar prejuízos irrecuperáveis.

    Para evitar o Bug, é preciso diagnóstico e ação nas empresas. As dimensões do problema impõem que organizações empresariais e governo desenvolvam iniciativas educacionais, como programas de conscientização, preparação de mão-de-obra, informação adequada, troca de experiências e apoio ao processo de adaptação.

     

  3. Bug no Mundo
  4. Aproximadamente de 40% das empresas de todo o mundo terão algum tipo de falha em sistemas de missão crítica devido ao Bug. A estimativa é do instituto de pesquisa GartnerGroup. Essa proporção, entretanto, será ainda maior na Ásia de acordo com o analista Jim Duggan, diretor de pesquisa do instituto. Dentro dos critérios elaborados pelo Gartner, o Japão está no nível 3 no qual 50% das empresas devem sofrer falhas, o caso do Japão é assustador , conforme anunciou Duggan: "Devido ao tamanho e à importância de sua economia, a ausência de preparação do Japão pode causar sérios problemas".

    Preparação para o Ano 2000 por país:

     

    Nível 1 (15% das empresas devem sofrer falhas)

    Austrália, Bélgica, Bermudas, Canadá, Dinamarca, Holanda, Irlanda, Israel, Suíça, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos

    Nível 2 (33% das empresas devem sofrer falhas)

    Brasil, Chile, Finlândia, França, Hungria, Itália, México, Nova Zelândia, Noruega, Peru, Portugal, Cingapura, Coréia do Sul, Espanha, Taiwan

    Nível 3 (50% das empresas devem sofrer falhas)

    Argentina, Armênia, Áustria, Bulgária, Colômbia, República Tcheca, Egito, Alemanha, Guatemala, Índia, Japão, Jordânia, Quênia, Kuwait, Malásia, Coréia do Norte, Polônia, Porto Rico, Arábia Saudita, África do Sul, Sri Lanka, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Venezuela, Iugoslávia

    Nível 4 (66% das empresas devem sofrer falhas)

    Afeganistão, Bahrain, Bangladesh, Camboja, Chade, China, Costa Rica, Equador, El Salvador, Etiópia, Fiji, Indonésia, Quênia, Laos, Lituânia, Marrocos, Moçambique, Nepal, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Romênia, Rússia, Somália, Sudão, Tailândia, Uruguai, Vietnã, Zaire, Zimbabwe

    Fora da Ásia, países como Alemanha (nível 3) e Rússia (Nível 4), também devem causar certo impacto regional, disse Duggan. Segundo ele, entretanto, há uma certa variação na concepção de preparação dentre os diversos setores da indústria. O setor privado é geralmente melhor preparado do que o governo; grandes empresas são melhores preparadas do que as pequenas; e o setor financeiro é melhor preparado que as indústrias de engenharia, transporte, serviços ou construção.

    A única exceção para essa regra é a Cingapura, com o setor governamental bem preparado mas um setor de pequenas e médias empresas muito despreparado, de acordo com Toh See Kiat, chairman da empresa local CommerceNet Singapore. "Sabemos que, de 92 mil pequenas e médias empresas, menos de 100 se candidataram para receber ajuda financeira do governo", disse. Entre os motivos para isso, ele citou ignorância e medo de que uma consultoria possa sair cara ou de que consultores estejam aproveitando-se do Bug em beneficio próprio.

     

    Preparação para o Ano 2000 por indústria:

    Nível 1

    seguros, serviços de investimentos, bancos, farmacêutica, fabricação de computadores

    Nível 2

    Equipamentos pesados, aeroespacial, equipamentos médicos, software, semicondutores, telecomunicações, varejo, manufatura discreta, editoração, biotecnologia, consultoria

    Nível 3

    processamento químico, transporte, energia, gás natural, água, óleo, práticas legais, práticas médicas, construção

    Nível 4

    educação, saúde, agências governamentais, agricultura e pecuária, processamento de alimentos, serviços municipais

    Um bom sinal é que bancos e multinacionais de grande porte estão começando a pressionar parceiros menores, considerando até mesmo excluí-los de sua lista preferencial caso não atendam aos requisitos. Num geral, o GartnerGroup acredita que o problema do Ano 2000 não vá causar tantos problemas quanto analistas estão prevendo, mas admite um impacto econômico que deve durar de três a cinco anos.

    O Banco Mundial afirmou que a maioria dos países em desenvolvimento não estão preparados para os impactos sociais e econômicos que provavelmente serão causados pelo Bug do Milênio. Uma pesquisa entre 139 países em desenvolvimento mostrou que 54 iniciaram políticas nacionais contra o Bug e apenas 21 tomaram atitudes concretas para consertar seus sistemas, 33 países declararam que, embora não tenham tomado nenhuma atitude prática, têm alto ou médio nível de preocupação com o problema.

    "Países não preparados para a chegada do ano 2000 correm o risco de sofrer paralisações econômicas, caos social, perda de investimentos estrangeiros e conseqüências internacionais não desejadas", afirmou Joyce Amenta, executiva do Banco Mundial.

    Hugh Sloan, Gerente Sênior de TI do Banco, afirma que muitos países africanos estão trabalhando sob a perigosa ilusão de que o Bug é um problema exclusivo dos países industrializados. "Muitos líderes de países em desenvolvimento acreditam que o baixo grau de automação de suas sociedades vai imunizá-las contra o Bug", afirma Sloan. "Mas, atualmente, o impacto pode até ser maior pois eles são dependentes de poucos e antigos computadores", completa.

    O Banco Mundial aprovou recentemente duas ajudas financeiras para países em desenvolvimento. A primeira foi para a Argentina: foram liberados US$ 30 milhões no último mês de dezembro. Em janeiro, o Banco cedeu outros US$ 29 milhões, dessa vez para o Sri Lanka. Em março, os executivos do Banco discutirão uma verba de US$ 100 milhões para a Malásia. Apoios para a Turquia e Ucrânia também estão sendo cogitados.

    Segundo o instituto de pesquisas GartnerGroup, a atualização das bases de dados e dos programas nas empresas deve movimentar no mundo de 600 bilhões a 4,6 trilhões de dólares. No Brasil, as consultorias preparadas para oferecer seus serviços às empresas que precisam enfrentar o problema do ano 2000 estimam o mercado em 20 bilhões de dólares. A tabela abaixo mostra a previsão de gastos para a correção do bug, segundo uma pesquisa feita pela Boucinhas & Campos Consultores com 108 empresas brasileiras:

     

    Faixa de gastos em R$

    Percentual

    Abaixo de 50 mil

    43 %

    Entre 50 mil e 100 mil

    10 %

    Entre 101 mil e 500 mil

    9 %

    Entre 501 mil e 1 milhão

    3 %

    Entre 1 milhão e 5 milhões

    4 %

    Mais do que 5 milhões

    0 %

    Sem resposta

    31 %

     

  5. Direitos e deveres legais
  6. Do ponto de vista jurídico, aqueles que sofrerem prejuízos decorrentes da falha de equipamentos, provenientes do Bug do Milênio, poderão cogitar da responsabilização dos responsáveis, requerendo o ressarcimento dos danos causados. A discussão daí derivada será complexa. Por um lado, os fornecedores poderão alegar que a garantia dos produtos está vencida. Pela ótica do consumidor, o argumento será o de que, com o produto, comprou-se o direito de tê-lo funcionando em perfeito estado, especialmente quando a causa do problema não pode ser atribuída ao mau uso ou à fadiga de um dos componentes, sendo há muito previsível.

    A questão é tão grave que em alguns estados norte-americanos já existe um projeto de lei em discussão estabelecendo um limite para as ações, tanto de origem civil quanto criminal. As ações de origem civil são aquelas que atribuem uma indenização ou um reparo aos prejudicados e as criminais, as que impõem sanções ao responsável, como no caso de lesões corporais culposas ou por homicídio culposo (ex.: morte em acidente de avião).

    As ações nos Estados Unidos podem ultrapassar em muitas vezes o próprio patrimônio líquido das empresas. Para evitar isto, os projetos de lei em estudo propõem a exclusão de indenizações por danos morais, emergentes e por lucros cessantes, salvo exceções e situações específicas.

    No Brasil, a Organização dos Advogados do Brasil (OAB) que compreende cerca de 400 mil profissionais no país (130 mil só em São Paulo), começa a estudar com atenção o impacto jurídico do Bug do Milênio nas corporações.

    Segundo Marcos da Costa, presidente da Comissão Especial de Informática Jurídica da OAB, a maior dificuldade é que essas definições dependem da legislação de cada país, não havendo uma orientação geral sobre o problema. No Brasil, ele cita o Código do Consumidor, que apesar de ser um dos mais avançados do país, é genérico. Na área securitária, também seria preciso definir nas contratações de responsabilidade civil o que o seguro vai cobrir.

    Os advogados já começam consultar a OAB sobre os procedimentos a serem tomados. Discute-se também a necessidade de se encaminhar uma proposta formal ao Poder Judiciário, uma vez que não existem, no país, projetos de lei a respeito. Os riscos de indenização já causam preocupações as empresas. "O problema há muito tempo não se limita à informática. Envolve os interesses financeiros, do consumidor, do cidadão e até a produção nacional", comenta Costa. Segundo ele, a possibilidade de falha geral nos sistemas merece tratamento específico, porque serão situações em que a legislação comum não se aplica. "É preciso rever a questão sob os mais variados ângulos", reforça.

    O presidente da comissão ressalta que a maior preocupação, hoje, vem do setor financeiro e de seguros. Como estão em processo adiantado na conversão dos sistemas - muitas dessas companhias iniciaram seus trabalhos em 1994 por causa de títulos de financiamento e apólices de longo prazo - eles, ao mesmo tempo, podem possuir transações mais sensíveis a prejuízos financeiros.

    Uma das primeiras providências que estão sendo tomadas pela OAB é a realização de eventos, reunindo profissionais de informática e juristas, para esclarecimentos sobre como se dará o Bug e quais as conseqüências imaginadas caso se concretizem perdas técnicas e, claro, danos para o negócio das empresas.

    Já se antecipando à enxurrada de ações judiciais relacionadas ao Bug, o Banco Central tratou de enquadrar a questão. De acordo com a circular 2453 do Banco Central, editada em 8 de dezembro de 97, as instituições do setor financeiro tinham prazo até 31 de dezembro de 98 para adaptar seus sistemas de informática contra os efeitos do Bug do Milênio. Caso não cumprisse a determinação, a instituição fica em situação vulnerável diante de eventuais processos movidos por pessoas físicas ou jurídicas que venham a ser prejudicadas pela ocorrência do Bug.

    Segundo o consultor técnico e advogado Cícero José da Silva, diretor da Linkware Informática, a Circular 2453 é apenas uma entre inúmeras conseqüências jurídicas que o Bug acarretará para as empresas de todos os setores. "Empresas de qualquer segmento estarão sujeitas, por exemplo, ao Código Civil, cujo artigo 159 penaliza o agente comercial que prejudicar um terceiro por omissão, negligência ou imprudência", explica o executivo.

    "Se um comprador a prazo e com prestação em dia tiver o seu nome listado por instituições de proteção ao crédito, devido ao erro do computador, a Lei do Consumidor (8078, de 1990) fornece-lhe forte embasamento para uma ação indenizatória", exemplifica o diretor da Linkware.

     

    3.1- Exemplos de processos que já estão em andamento:

    O São Paulo Futebol Clube está movendo, baseado no Código de Defesa do Consumidor, a primeira ação judicial envolvendo o Bug do Milênio do país. A alegação é que o sistema de telefonia computadorizada vendido pela Equitel S/A., empresa do grupo alemão Siemens, não é compatível com o Ano 2000 e que a empresa tem obrigação de consertar o Bug sem custo algum. Ao fazer a solicitação à empresa, o clube foi surpreendido com um orçamento de R$ 22 mil e decidiu ir à Justiça.

    O clube adquiriu da Equitel, em março de 1997, um sistema de telefonia com 288 ramais, controlados por uma central computadorizada, no valor de cerca de R$ 100 mil. Como medida de precaução, o advogado do clube, Renato Opice Blum, notificou a Equitel em novembro último, perguntando sobre a compatibilidade do sistema e obteve, como resposta, um aviso de que o sistema não era compatível e que provavelmente apresentaria problemas, juntamente com um orçamento, no valor de R$ 22 mil, para que fossem feitas as atualizações de software e hardware necessárias.

    Em resposta ao comunicado da empresa, o advogado enviou uma segunda notificação, dando um prazo de 30 dias para que a conversão fosse feita sem custo algum para o clube. "O Bug é um defeito de fabricação que faz com que o produto não atinja sua finalidade, frustrando a expectativa do consumidor quanto ao seu funcionamento", justifica o advogado.

    Passado o prazo dos trinta dias, o clube e o advogado entraram dia 14 de janeiro com a ação pedindo que a Justiça paulista tome providências para que o serviço seja realizado, sem custos, antes que cause algum dano. Segundo o orçamento da Equitel, seriam necessários 37 dias para o serviço de substituição e atualização do sistema.

    A ação envolve a Equitel, de quem o clube adquiriu o sistema, e a Siemens, fabricante do equipamento. O Tribunal espera a manifestação da defesa até o início de março, para depois iniciar a apreciação do caso.

    A Siemens se defende dizendo que:

    - A empresa foi surpreendida com a atitude do clube, uma vez que não havia impasse nas negociações entre as partes. A Siemens tem adotado inúmeras ações visando informar e orientar os clientes de como proceder perante o Bug do ano 2000. Vale salientar que este não é um tema que atinge unicamente a Siemens, mas a todos os fabricantes de equipamento que envolvam tecnologia de informática;

    - Não é correta a declaração feita pelo representante legal da entidade de que o sistema de telefonia deixará de operar na virada do ano 2000, deixando o clube incomunicável. Mesmo sem as alterações o sistema continuará a prestar normalmente os serviços telefônicos de discagem e recebimento de chamadas;

    - "O valor da proposta enviada pela Siemens ao clube não abrangeu apenas o equacionamento do problema do bug. Envolveu, também, a incorporação de novos aplicativos opcionais com o objetivo de modernizar o sistema".

    - "Desde maio de 98, a Siemens vem adotando uma série de ações com o objetivo de prestar todo o suporte necessário aos seus clientes. Mala-direta, visitas a clientes, criação de uma página na Internet, com dados sobre quais produtos precisam de atualização e quais não, e disponibilização de sua Central de Atendimento para esclarecimento de dúvidas são algumas delas."

    Nos Estados Unidos, o ginecologista de Oakbrook, Illinois, Dr. Mario Yu, está processando a IBM e a Medic Computer Systems alegando que o sistema adquirido em 1997 por aproximadamente US$ 20 mil não está compatível com o Ano 2000. O sistema em questão é um pacote que combina a versão 7 do software de gerenciamento de consultório médico da Medic com computadores RISC 6000, da IBM.

    Dr. Yu foi à Justiça, no dia 30 de dezembro, após receber, em novembro, uma carta da Medic oferecendo uma solução para o problema por US$ 2.500. O seu objetivo é que a Justiça obrigue a empresa a disponibilizar um patch de correção gratuito e divulgá-lo para todos os que possuem o sistema. A queixa também levanta a hipótese de uma indenização.

     

  7. O que as empresas estão fazendo no Brasil
  8. Marisa e Lojas Brasileiras

    As redes Marisa e Lojas Brasileiras, controladas pelo mesmo grupo empresarial, anunciaram o fim de seus programas de conversão. O grupo iniciou seus processos em março de 98 e as 140 lojas da Marisa e as 69 das Lojas Brasileiras devem agora testar seus sistemas para evitar problemas com o controle de estoque, carnês perdidos e pagamentos atrasados.

    Ao todo foi investido um montante de R$ 150 mil. Mas, segundo o diretor de tecnologia Mendel Szlejf, "não adianta fazer só o dever da casa. É preciso que os fornecedores e serviços terceirizados estejam com seus sistemas adequados também". Segundo Mendel, a empresa está consultando seus parceiros.

    Volkswagen

    O Bug do milênio já é assunto secundário na filial brasileira da Volkswagen. O problema, que começou a afetar a empresa há cinco anos, está sendo resolvido desde o início de 1997. Os custos, inicialmente calculados em US$ 20 milhões, atualmente estão sendo cotados em US$ 5 milhões. "Para continuarmos existindo, o preço não foi tão alto. Mas, para isso, arregaçamos as mangas", comenta Carlos Roberto Boschetti, diretor de Tecnologia para a América Latina da montadora alemã.

    Correios

    No que depender das previsões da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), o trabalho diário com cerca de 16,7 milhões de objetos (entre cartas, encomendas, impressos e mensagens) não será afetado. Mas o prazo final previsto para encerrar o projeto é extremamente apertado: até setembro de 1999.

    Francisco Joaquim da Silva, coordenador técnico do Departamento de Sistemas de Telemática, ressalta que a dificuldade maior está na percepção de que o problema não é da área técnica, mas sim de toda a empresa, necessitando da participação geral. Outro problema enfrentado foi a definição dos valores a serem empregados, por não haver justificativas de investimentos, mas de custos. Ele, contanto, não informou os recursos destinados pela empresa.

    Na ECT, foi formada uma equipe da área técnica, com cinco pessoas, para traçar cronograma de trabalho do setor de informática e sensibilizar as demais áreas para os procedimentos adequados. A missão é dar apoio técnico, como palestras de entidades e distribuição de cartazes. As 23 diretorias regionais receberam as diretrizes para orientação do trabalho. Do levantamento de cerca de nove mil programas, parte está sendo resolvida internamente, estando sob a responsabilidade de terceiros os sistemas de mainframe. Silva conta que devido à cobrança de clientes, a ECT vai elaborar uma carta compromisso informando que está adaptada ao ano 2000. Setor de serviços prepara "Plano B" para proteger usuário da crise do Bug

    SERPRO

    O SERPRO começou a se preocupar com o Bug do ano 2000 em meados de 1996, quando foram proferidas palestras para sensibilizar o corpo funcional para o problema. O segundo passo foi criar o Projeto Ano 2000 e definir suas diretrizes básicas. Foram designados cerca de 50 coordenadores para o Projeto. Cada área de negócio tem um coordenador nas localidades onde possua uma equipe de desenvolvimento de sistemas, as áreas de infra-estrutura têm um coordenador do Projeto nas localidades onde fazem gestão de hardware ou software.

    No início de 1997, a metodologia para adequação dos sistemas foi desenvolvida e foi elaborado o inventário de sistemas. A adequação dos sistemas começou a ser feita em agosto de 1997, o trabalho envolveu todas as equipes de desenvolvimento de sistemas e uma parte do serviço foi terceirizada, para não prejudicar o atendimento às demandas imediatas dos clientes. Hoje a situação da conversão é bastante confortável, os sistemas críticos já estão preparados o ano 2000.

    Atualmente o Projeto está realizando a etapa de certificação. Certificar um sistema para o ano 2000 significa atribuir-lhe o selo de certificação, que atesta a sua condição de adequação. Conforme preconiza a metodologia de certificação, para obter o selo de certificação o sistema deve ter sido processado em ambiente preparado para simular as condições do próximo milênio e seus produtos devem ter sido verificados quanto a sua exatidão e coerência. Nos casos de aplicativos que se inter-relacionam com outros sistemas internos, ou desenvolvidos por entidades externas ao SERPRO, será preciso verificar a manutenção destes inter-relacionamentos e sua adequabilidade às exigências do ano 2000.

    Foram criados ambientes de certificação nas Regionais Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro , com todos os softwares básicos preparados para o ano 2000 e com a data do sistema no ano 2000. Nesse cenário os sistemas serão processados, no período de agosto de 1998 a abril de 1999, observando sua cadeia de dependência

     

    Considerado um dos mais vulneráveis às falhas dos sistemas e máquinas automatizadas, o setor de serviços começa a se preocupar com estratégias alternativas (Planos B) para que o atendimento ao consumidor seja mantido no caso das previsões mais catastróficas se transformarem em realidade.

    Quem traçou planos alternativos está tranqüilo em relação ao cronograma dos procedimentos particulares, mas sabe também que grande parte do risco independe do trabalho realizado internamente. Vem da cadeia de relacionamento (fornecedores de produtos e serviços e clientes).

     

     

    Banco do Brasil

    Com intensa responsabilidade sobre contas e aplicações de seus nove milhões de clientes pessoa física espalhados pelo país, o Banco do Brasil está atento aos altos prejuízos que podem ser gerados. Por isso, três tipos de contingências já foram definidas.

    Na área de infra-estrutura, o banco espera não ter problemas por causa da construção de um prédio-forte a prova de tragédias (incêndio, terremoto etc). Como todos os sistemas estão replicados, o BB conta com a contribuição do investimento de R$ 60 milhões em caso de urgência. Salas-cofres em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, também estão preparadas para dar suporte.

    Mas nada disso vai adiantar muito se faltar energia elétrica por um tempo maior do que os no-breaks possam suportar. "Por garantia, decidimos comprar caminhões de combustível para abastecer os geradores a diesel", conta William Prata, coordenador do Projeto BB Ano 2000.

    Já na área de sistemas, foram listados os mais críticos, os quais terão fitas duplicadas. Se essas estratégias falharem, o banco está checando rotinas antigas que podem ser reutilizadas. Novos clientes ou serviços, por exemplo, poderão voltar ao modelo de décadas passadas: as fichas de cadastro manuais.

    Credicard

    A administradora de cartões de crédito terminou a conversão e os testes internos e está finalizando a certificação do último dos oito processos de negócios criados como domínios de trabalho. Nessa etapa, estão sendo definidos esquemas de contingência a serem utilizados na virada do milênio.

    Na falta de energia, entram em cena os geradores. Numa possível falha dos Correios, tem-se o exemplo da greve dos carteiros, em que a administradora utiliza os serviços dos couriers. Como possui uma rede privada e criptografada de dados e voz - em que está alocado o serviço 0800, responsável pelas operações nas 25 cidades de maior movimento - a Credicard também não acredita que problemas com as telefônicas possam prejudicá-la. "Só usamos os serviços externos nas demais localidades, que representam apenas 10%", explica.

    Ainda assim, restam procedimentos específicos do Bug. Uma das saídas já estudadas é o aumento dos estoques para os artigos de maior volume: cartão plástico, papel, fita, tinta, porta-cartões, material de insumo para encartes e envelopes. "Em paralelo, estamos analisando os procedimentos da área de seguro social norte-americano e analisando outros processos. Mas esse cálculo tem que pesar no gasto da contingência X prejuízo", ressalta o executivo. No total, a Credicard imagina gastar com o Bug do milênio cerca de US$ 20 milhões. Silveira garante que terá "prejuízo zero" no ano 2000.

    Hospital das Clínicas

    O Hospital das Clínicas, uma das maiores instituições de saúde do país, tomou providências radicais contra o Bug. Aproveitou a necessidade e os antigos planos de modernização e está fazendo uma reforma geral nas plataformas de hardware e software. Os sistemas legados de processamento, que antes rodavam na Prodesp, foram desativados, com a criação de um modelo interno baseado em máquina Risc Digital. Também foi implantado o pacote de gestão da Oracle para comportar um sistema de pacientes. "Não convertemos nada. Estamos trocando ou atualizando tudo", conta Américo Teixeira, gerente de Informática do HC.

    A instituição está elaborando um manual de procedimentos sobre contingências gerais, em que estarão incluídas as providências em relação ao Bug. "Sabemos que não será possível cobrir toda a área institucional. Estamos nos preparando para salvar os emergenciais", adianta Teixeira. No caso da queda de energia, entrarão em ação grandes no-breaks de 125 KVA, com capacidade de suportar os sistemas durante quatro horas. Nos setores considerados críticos do hospital como pronto-socorro e laboratório - serão utilizados geradores.

    Concentrando esforço no atendimento a pacientes, planeja-se criar uma alternativa de reprodução dos sistemas básicos off-line em algumas máquinas, replicando e atualizando os dados no sistema corporativo mais tarde. Caso também esse esquema falhe, Teixeira admite voltar a usar as fichas de papel para não prejudicar os pacientes.

    Shell

    A distribuidora prevê a finalização do trabalho interno em abril de 1999, sob a orientação da matriz, abrangendo os setores de aplicação, infra-estrutura, automação industrial, fornecedores e clientes. Responsável pelo atendimento a quatro mil postos e 60 aeroportos em todo o país, os planos de contingência na filial brasileira começam a ser cuidadosamente pensados.

    Para fornecedores e clientes mais importantes, a companhia elaborou uma carta de orientação sobre os procedimentos em relação ao Bug. "Também estamos fazendo visitas periódicas para acompanhar o andamento dos trabalhos dos parceiros", conta Welson Almeida Siqueira, coordenador da infra-estrutura do Ano 2000.

    Apesar do acompanhamento, não custa tomar precauções. Uma das maiores preocupações da empresa é quanto a sua dependência da Petrobrás e a um possível corte no fornecimento de combustível (a estatal detém o monopólio da exploração nacional). Uma das alternativas já pensadas é a busca de novos fornecedores, importando o combustível e estocando-o em navios atracados em portos do país.

     

  9. Curiosidades
  10. 5.1- Respostas diretas para as perguntas que você tem medo de fazer (retirado de http://www.uol.com.br/idgnow/now/2000.htm) Reportagem de Michael Desmond - PC World

    O que mais preocupa em relação ao Bug do Milênio são os famosos sistemas integrados - chips e circuitos que realizam tarefas como operação de maquinaria de fábrica, aparelhos médicos e usinas nucleares. Especialistas em Ano 2000 estimam que existem de 3 a 5 bilhões de sistemas integrados funcionando no mundo, aproximadamente um para cada ser humano do planeta.

    Quando o relógio atingir a meia-noite de 31 de dezembro de 1999, alguns desses sistemas vão começar a passar data errada para outros. Ninguém sabe exatamente o que a soma de tudo isso vai causar. 1º de janeiro de 2000 pode ser apenas mais uma manhã de sábado ou o começo de uma interrupção em diversos serviços, afetando desde o posto de gasolina da esquina até o controle de tráfego aéreo. Pensando nisso, foram reunidas aqui as respostas para as perguntas que você pode estar temeroso em fazer.

    Aviões cairão do céu?

    Não, mas ele podem não decolar na hora certa. "Nós temos falhas em companhias aéreas a todo momento por problemas em computadores", diz Peter De Jager, proprietário do site Year2000.com e especialista em Ano 2000. De Jager observa que o carregamento de bagagem, a organização dos vôos, a distribuição de carga e a segurança dos aeroportos dependem de sistemas que trabalham com a informação da data. Se um deles falhar, aviões podem não decolar a tempo. O Bug seria o pai de problemas como imprevisíveis atrasos, aviões parados e aeroportos funcionando com eficiência reduzida.

    As luzes continuarão acesas?

    Para a imensa maioria de nós, sim. Companhias de utilidade pública como a Commonwealth Edison, de Chicago, declaram que estão se saindo bem, mas que ainda há muito o que fazer. "As chances são de 100% de algum lugar dos EUA ficar no escuro. Mas, provavelmente poderemos ligar a luz novamente em 24 horas", diz Tony Keyes, presidente da Y2K Enterprises, uma firma de consultoria em Washington, D.C. Entretanto, muitos analistas esperam blecautes que durem dias ou semanas após a chegada do Ano 2000. Felizmente, o primeiro dia do ano 2000 é um sábado, dia em que o consumo de energia cai bastante, o que pode ajudar o serviço de restauração das fontes de energia que pararem de funcionar. No Brasil, a Eletrobrás e suas controladas planejam finalizar implantações e testes até julho de 1999.

    Os telefones vão funcionar?

    Sim. Pequenos operadores podem enfrentar problemas mas as grandes companhias garantem que estão trabalhando duro e que o serviço funcionará normalmente na virada do ano. Em particular, sistemas mais sofisticados como PABX de empresas que utilizam data e hora ao receber mensagens ou outros recursos, podem enfrentar algum problema. "Em todo caso, evite fazer ligações durante a virada de ano", alerta Chip Blaney, engenheiro de sistemas de informação da Mitre, uma organização não-lucrativa que integra sistemas para o Governo Norte-americano. Você pode ser tributado por uma ligação de 99 anos!

    E o acesso à Internet?

    O acesso à Internet depende de vários fatores: seu PC, energia elétrica e a linha telefônica precisam estar funcionando. Além disso, seu provedor precisa garantir que seu software e hardware são compatíveis. Mas, mesmo se você e seu provedor estiverem prontos, a Internet pode não estar. Um roteador compatível pode congelar quando receber uma informação errada de algum sistema não compatível e várias pequenas falhas como essa podem deixar a rede muito lenta ou tirá-la totalmente de circulação.

    E se eu ficar doente?

    "A declaração do setor médico e farmacêutico é peculiar: eu não sei o que fazer com isso", afirma De Jager. Assim como companhias de energia, hospitais lidam com sistemas integrados que são de dificílimo acesso. Esses aparelhos podem parar de funcionar causando uma falha em sistemas automáticos que pode interromper monitoramento de serviços e prontuário dos pacientes, por exemplo.

    Será que eu devo sacar meu dinheiro do banco?

    "O sistema financeiro está a frente de todos os outros ramos", diz Robert Martin, da diretoria de TI da Mitre. E acrescenta que mesmo assim é prudente tomar algumas medidas de segurança fiscal: "Retire um extrato bancário, declaração de propriedades e tenha-os por perto. Uma declaração de crédito pode ser útil em caso de relatórios errados começarem a aparecer." Michael P. Harden, CEO da Century Technology Services, consultoria para o Ano 2000, sugere que todos tenham em casa dinheiro suficiente para uma ou duas semanas. O Banco Central americano planeja imprimir US$ 50 bilhões extras para suprimir a demanda causada pelo Ano 2000.

    Como eu sei se as empresas vão cumprir suas promessas em relação ao Bug?

    Parafraseando a Guerra Fria: confie mas verifique. Se um banco ou outra companhia prometer que sua conversão estará pronta em junho, ligue e verifique em junho. Se o progresso foi pequeno, mude sua opção. Nos EUA, a SEC (Securities and Exchange Commission) está obrigando as companhias a divulgar como estão em relação ao Bug em todos os seus relatórios anuais e trimestrais, você pode acessar esses relatórios no site da SEC (http://www.sec.gov/edgarhp.htm). No Brasil, o Banco Central já divulgou uma circular alertando todas as companhias para o Bug. Segundo a circular, a partir de 1º de janeiro de 99, as empresas já estão vulneráveis judicialmente em caso de qualquer dano causado por culpa de seus sistemas.

    Eu sou dono de uma microempresa. O que faço?

    Sempre que uma empresa encara um grande problema, seja um desastre natural ou o Bug do Milênio, ela precisa estar preparada. "Mas, muitas das pequenas empresas ainda não atentaram para o problema", diz Harden. Os empresários deviam ter certeza de que seus computadores, equipamentos e fornecedores estão prontos para o ano 2000. Se o seu negócio depende de um único fornecedor, acompanhe de perto se ele está adequando seus sistemas e faça planos de emergência com outros fornecedores por precaução. Não se esqueça de programar suas atividades levando em conta o Ano 2000: faça inventários e reserve tempo para trabalhar em cima do problema.

    A civilização vai entrar em colapso?

    Não, afirma De Jager: "Montreal já ficou no escuro por três semanas, em Auckland, Nova Zelândia, foram seis semanas." Essas duas amostras são similares aos piores prognósticos para o Ano 2000 e, em ambos os casos, a comunidade e a economia local se recuperou rapidamente. Martin também é otimista: "Será compreensível se ficarmos sem eletricidade e demorarmos um pouco para consertar o problema."

    Quando saberemos que o Bug foi consertado?

    Infelizmente, não saberemos enquanto não acontecer. Já prevendo que diversos problemas acontecerão durante o ano de 99, é impossível dizer precisamente o que vai acontecer quando o relógio der meia-noite.

    5.2- O que as pessoas físicas devem fazer

    A revista Byte, julho,1998 traz o artigo "Year 2000 Survival Guide" com uma lista de cuidados que pessoas físicas devem tomar nos últimos meses do ano de 1999:

    - Guarde contas, recibos e extratos nos vários meses que antecedem a virada para o ano 2000; guarde relatórios sobre informações financeiras vindos de sistemas informatizados.

    - Preste atenção em qualquer coisa estranha nas contas ou notificações envolvendo o ano "00" ou qualquer aspecto que possa induzir a um atraso de 99 anos; comece a telefonar; depois da virada, verifique o seu extrato de cartão de crédito para se assegurar que não haja débitos de 99 anos.

    - Ao longo do ano de 1999, consulte seus bancos, corretores e outras instituições financeiras sobre o status de compatibilidade com o ano 2000.

    - Investigue quais investimentos podem sofrer impactos, para melhor ou pior; lembre-se que o mês de dezembro de 1999 irá registrar grandes volumes de negócios e provavelmente acontecerão pânicos nas vendas de ações.

    - Verifique a situação dos seus fornecedores de água, gás, serviço telefônico e elétrico; compre gás em dezembro de 1999 e planeje a possibilidade de falta de energia elétrica.

    - Examine cuidadosamente seu extrato de pagamento durante 1999 e 2000, verificando os valores acrescidos ou descontados em função de impostos, seguros e outros, dependentes do tempo.

    - Garanta que sistemas de alarme não fecharão você em algum lugar ou que os elevadores não te deixarão parado no andar térreo; verifique se as suas senhas de computadores não expiram em 2000.

    - Tenha em mãos algum dinheiro em cédulas.

    - Mantenha-se informado a respeito da compatibilidade com o ano 2000 nos sistemas dos órgãos públicos locais e escolas; questione planos, custos e fontes de recursos.

    - Renove sua carta de motorista, licença de carro e qualquer outro assunto relacionado com órgãos públicos, antes de 2000.

    - Verifique anúncios sobre a compatibilidade com o ano 2000 nas companhias aéreas e de trem durante o ano de 1999; questione agentes de viagens sobre horários de chegada e partida, especialmente em viagens intercontinentais.

    - Encha o tanque de gasolina antes de 31 de dezembro de 1999, para evitar transtornos com o cartão de crédito ou com quedas de energia.

    - Verifique a compatibilidade de seus computadores pessoais e dos sistemas que utiliza; faça backup de todos os seus arquivos e guarde todas as listagens de contatos e agendas que você mantém nas suas máquinas.

     

  11. Referências Bibliográficas

Bug do Ano 2000 (disponível em http://www.secullum.com.br/bug2000.htm)

Bug do Ano 2000 (disponível em http://www.elipse.com.br/portugues/frames/y2k.htm)

Bug do Ano 2000 (disponível em http://www.y2k.com.br)

Bug do Milênio ou y2k, o Bug do Ano 2000 (disponível em http://www.widesoft.com.br/corporate/bug)

O Bug do Milênio - Referências (disponível em http://www.rnp.br/ano2000)

Definitiva - Bug do Ano 2000 (disponível em http://www.definitiva.com.br/bug2000.htm)

Cartilha CNI Confederação Nacional da Indústria (disponível em http://www.guiainformatica.com.br/bug2000.htm)

Informática Exame, São Paulo, Editora Abril, setembro 97

MILITELLO, Katia. A Vingança dos Dinos. Informática Exame, São Paulo, Editora Abril, junho 97