Mestrado

Neste espaço vou descrever algumas curiosidades sobre o meu mestrado, no qual defendi em 25/05/2012. Disponível para download aqui ou no link Publicações acima.

Apesar de sempre ter trabalhado com a área prática da computação (programação), a Prof. Drª. Juliana K. Vizzotto (que aceitou me orientar) me sugeriu um tema totalmente teórico para o mestrado. A ideia era fazer algo com a emergente computação pervasiva (também chamada de úbiqua), sistema de tipos e cálculo de ambientes. Sabia que ia ser um desafio muito grande, mas acabei por aceitar.

Estudei praticamente 1 ano e meio a teoria a ser utilizada, e algumas vezes pensei em até desistir do mestrado, pois eu trabalhava durante o dia e tinha que estudar somente a noite e nos finais de semana. Se na graduação eu quase fiquei "solteiro" no mestrado eu quase fiquei "divorciado" de vez. Além disso, estava com dificuldade de fechar o tema da dissertação, tanto que os temas das Escolas Regionais de Alto Desempenho (ERAD) de 2010 e 2011 foram totalmente diferentes (ver Publicações).

Faltando praticamente 9 meses para o término do prazo da defesa, eu encontrei um formalismo que estendia o cálculo de ambiente para permitir modelar sistemas pervasivos (era uma das ideias da minha dissertação). O nome do formalismo era CCA e havia sido proposto recentemente. No início fiquei preocupado, pois era mais ou menos o meu tema, mas então surgiu a ideia: pegar esse formalismo recente e propor um sistema de tipos para ele. Poderia ser adaptado algum sistema de tipos proposto para o cálculo de ambientes. A partir deste momento que o tema ficou totalmente definido e pude de fato começar a me dedicar totalmente a dissertação.

O prazo para defesa era março de 2012, mas tive que pedir prorrogação por 2 meses, para conseguir finalizar tudo em maio. A defesa foi bastante tranquila, como membro externo da banca, participou o Prof. Dr. Álvaro F. Moreira da UFRGS.

Como demorei para definir o tema, tive que tentar alguma publicação somente após o término do trabalho. Foi então que começou a "segunda" fase do mestrado: tentar alguma publicação. Após muita persistência (3 anos) e com ajuda do Prof. Dr. Eduardo K. Piveta, consegui uma publicação que eu não imaginava que conseguiria: Revista Internacional com Qualis A2! O quadro abaixo resume a trajetória das tentativas de publicação.

Tipo de publicação Descrição Situação
Evento Regional ERAD 2010: Resumo básico sobre linguagens de programação para a computação pervasiva. Não havia começado o mestrado ainda, mas já estávamos tentando definir um tema para a dissertação. Aceito Aceito
Evento Regional ERAD 2011: Na próxima edição do evento tínhamos a ideia de fazer algo utilizando o cálculo de ambientes, visando talvez algo relativo a ter segurança em computação pervasiva. Aceito Aceito
Evento Nacional SBLP 2011: Artigo resumido submetido, ideia um pouco mais amadurecida do ERAD 2011, a ideia agora era usar um sistema de tipos para garantir a segurança. Como era um evento nacional e somente uma ideia inicial (sem resultados), a probabilidade de aceitação era pequena. Rejeitado Rejeitado
Evento Nacional SBMF 2012: Primeira tentativa de publicação completa (após a dissertação estar pronta). Apesar de ser um evento nacional era obrigatório o artigo ser em inglês. O artigo foi rejeitado, porém os revisores não apresentaram nenhuma justificativa plausível para a rejeição. Talvez fosse muito técnico para o evento ou os revisores não fossem da área específica do artigo. Rejeitado Rejeitado
Periódico Internacional SCP (Elsevier): Primeira tentativa de enviar para um periódico (Qualis B1). Demorou uns 8 meses para ser avaliado. Os revisores foram bastante críticos, alegando erros de apresentação e falhas no sistema de tipos proposto. O ponto positivo foi o detalhamento da revisão. Nesse caso tive que corrigir ponto a ponto os problemas identificados e tentar enviar para outro periódico. Rejeitado Rejeitado
Periódico Internacional FAOC (Springer): Nova tentativa de publicação em periódico (Qualis A2). Após 9 meses veio o resultado inicial. Não foi rejeitado mas caiu para major revisions, ou seja, os revisores pediram para detalhar melhor alguns pontos, mas a príncipio não haviam achado erros de apresentação. Após a revisão, o artigo foi submetido novamente e após 8 meses o resultado final: Aceito Aceito